"No inferno os lugares mais quentes são reservados àqueles que escolheram a neutralidade em tempo de crise." Dante Alighieri

sábado, 6 de fevereiro de 2016

Minha Casa, Minha Vida reproduz injustiça social, conclui pesquisa da LSE (London School of Economics)

Em meio à reta final para a Olimpíada no Rio de Janeiro, encurtam-se os prazos e aumentam as pressões sobre comunidades que resistem a dar lugar às obras associadas aos jogos. Ao todo, 22 mil famílias já foram reassentadas na cidade de 2009 a 2015, por força de novos empreendimentos ou por estarem em situação de risco. E 74% dessas pessoas receberam casas do programa Minha Casa, Minha Vida, grife da gestão Dilma Rousseff.


"Esse (casa própria) é um sonho que acompanha a humanidade desde o início dos tempos, um local onde você se protege e constrói seu futuro e sua vida", disse Dilma no mês passado ao entregar casas do programa, numa referência recorrente em discursos da presidente.

Uma pesquisa recente, contudo, investigou como essas novas moradias impactam os meios de subsistência dos beneficiários, e descobriu que nem sempre o programa é sinônimo de progresso e estabilidade econômica, como prega a narrativa oficial. Ao entrevistar moradores de cinco comunidades do Rio, todas na mira de remoções ou já reassentados em condomínios do MCMV, a socióloga Melissa Fernández Arrigoitia, da LSE (London School of Economics), encontrou pessoas em novas dificuldades financeiras – seja pelas contas adicionais a pagar, distância do antigo trabalho ou novas despesas com transporte.
Para a pesquisadora do Departamento de Geografia da LSE, que ainda trabalha para quantificar as dezenas de entrevistas, um "reassentamento nem sempre 'assenta' a brutalidade e exploração que caracteriza muitas remoções". "Essas injustiças podem continuar, mascaradas por novos moldes e formas", acrescenta ela.
    Fernández Arrigoitia diz que ainda há pouca informação sobre como os beneficiários se sustentam após a mudança - e a investigação mostrou que as pessoas estão perdendo ou mudando de trabalho.
    Leia também: Famílias expulsas de prédio da Telerj vivem improvisadas em igreja no Rio
    "A maioria passou a trabalhar em casa, com pequenas vendas, produtos de limpeza, beleza, reparos de computadores. E a renda dessas pessoas encolheu, pois cresceram as despesas com contas, taxas e itens de consumo", afirma.
    "Algo veio dos moradores, excluídos por muito tempo da cidade, estigmatizados e marginalizados como cidadãos, e que sentiam que essa mudança não estava alterando esse estigma, simplesmente mudava a linguagem, como na mudança do termo 'favela' para 'comunidade'. Por outro lado, há nossa interpretação sobre o que vemos. E vimos espaços fisicamente delimitados por muros e cercas, ou geograficamente muito afastados, em espaços desconectados de qualquer coisa parecida com uma cidade." Clique aqui e leia na íntegra no site da BBC _________________________________________________________________________________

    Descaso público, e falso equilíbrio social  

    Este desenvolvimento urbano mal planejado evidencia a importância do Arquiteto e Urbanista junto a sociedade. É facilmente entendido o  descaso público a favor das  relação sociais, inúmeros "Recantos da Natureza" são produzidos por todo o brasil com dinheiro público. O difícil  acesso a áreas de serviço, centros culturais e lazer urbano promovem uma divisão social de enorme impacto, praticas que vão de contra ao urbanismo  idealizando a mais de meio século, será que o conceito de cidade vem sendo esquecido, até quando a politica brasileira  pode maquiar nossos problemas. A iniciativa de iniciar pequenos negócios de prestação de serviços nessas áreas poderia ser visto como um ponto empreendedor, porem o baixo nível de escolaridade dos residente destas áreas promovem serviços de pouco relevância para o mercado , sem propostas tecnológicas e cientificas.

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    Não aceite as atrocidades do sistema !! Grande abraço.

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